5 de fevereiro de 2010

Tânger, é sempre cais de partida

Tânger, Hotel Continental.


Chapéu óculos escuros saltos altos, qual diva represento a minha ausência.

Em cama de cal renovada a buganvília florida é delírio dos pardais, da palmeira leques de brisa fresca…

Olhos presos no Mediterrâneo, da aurora ao pôr-do-sol, os velhos regressam ao passado.
Descalços com o sorriso rasgado, os garotos jogam à bola em algazarra. E partem sem a lâmpada de Aladino na ilusão do brilho dos metais. As mães escondem no véu dor e saudade.

À noite do alto do Riff soam tambores, de Agmât os grilhões do Poeta. Âmbar canela almíscar rosas! Iludida, a dança conduz-me por pátios e fontes.
Acordo ao chamamento.
Delirante, anseio debruçar-me no tapete por um deus que não tenho. Mas como os marujos regresso ao navio. Tânger é sempre cais de partida.

1 comentário:

oasis dossonhos disse...

Saboreiam-se ritmos, aromas, vozes...chamamentos à oração ao desatino, ao voo.
A Poesia é de facto o grande sonho e tu, sem dúvida, és medium do afecto e das emoções.
Bem Hajas!
Bjs
Luís