17 de novembro de 2010

Al-Mu’tamid

Al-Mu’tamid, rei dos reis, amigo amante poeta senhor

- ébrio da beleza, do aroma à raiz da flor
seu cavalo fora o mais veloz, a espada a mais temida

mas com palavras sábias vencera o inimigo
por elas o veneraram doutores
sedutor na dança cantara e tangera o alaúde
e brotaram do seu peito poemas e amores 
...
galopava o cavalo branco
o rio Arade anunciava d´Agmât o seu regresso
papoilas enfeitavam caminhos, medronhos romãs…
- o parto verde da terra era o sinal!

a cisterna do Castelo de Silves me guardara
perfumei-me de jasmim, pintei os pés descalços
e apeado beijei-lhe os lábios, ao peito encostei o rosto
dedilhando-lhe tão saudosa o seu corpo
arrancando-lhe o dourado manto


... era apenas mais um homem comum 
à noite quando a Lua nasce enlouqueço de dor
e em cavaleiros andantes me engano

* Nota: este meu texto-rascunho tem já alguns anos, encontrei-o que há dias na minha "gaveta"de papéis

5 comentários:

oasis dossonhos disse...

E não é que ontem foi lançado um livro sobre Al Muamid? Autor: uma mulher! Só soube hoje...tive pena de não ter sabido antes, teria ido.
Bjs
Luís

oasis dossonhos disse...

Gostei do teu poema. É bom saber-te com textos nessa gaveta mágica. Que floresçam muitos mais e haja outro livro.
Bjs
Luís

Anónimo disse...

Começo por agradecer a visita e o comentário ao meu "cantinho".

Lindo poema! Gostei!
Parabens!

Bjinhos.Pedro

maria sousa disse...

Obrigado.
Ainda hoje a sua e minha cidade cheira à raiz da flor.

Carlos Machado Acabado disse...

Curioso vir encontrar aqui poemas de Al Mutamid,Gosto muito da poesia arábigo-andaluza mas pensava que mais ninguém a lia já, nos tempos que correm.
Desde os tempos da Faculdade que não via ninguém interessar-se por ela. Maria José há uma excelente antologia em espanhol organizada, salvo erro, pelo Menéndez Pidal.ou talvez fosse pelo quase homónimo Menéndez y Pelayo. .