1 de maio de 2008

As Rosas da Pedricosa - 1º de Maio







Com o passar dos anos o Dia 1º de Maio passou a ter mais significado para mim.
Inicialmente, quando era estudante, parecia-me uma comemoração excessivamente política com muitas conotações à esquerda, no tempo em que o mundo se dividia em direita e esquerda.
Hoje o mundo político já não se divide assim, felizmente. E, se neste dia não podemos esquecer as operárias que morreram chacinadas num incêndio quando reivindicavam as oito horas de trabalho, também não podemos ignorar que o mundo do trabalho hoje não é constituído apenas por operários e trabalhadores agrícolas. A maioria da população trabalha no sector terciário e as suas condições de trabalho ( assédio moral, stress constante... ) por vezes tão ou mais agressivas que as dos outros sectores.
Com o passar dos anos passei a identificar-me com este Dia, a considerá-lo meu também.
Além de ser mundialmente celebrado ( mas ainda não em todos os países ) destina-se a maioria da população mundial adulta de deveria ser motivo de festa mas também de consciencialização dos problemas actuais e dos desafios de hoje, nomeadamente o desemprego e a alteração das leis laborais. Que nenhum trabalhador pense que as Leis Laborais só interessam ao sector privado ou só atingem os trabalhadores mais desfavorecidos! O trabalho é uma forma de angariação de sustento mas é também uma forma de realização humana. O Bispo do Porto ainda recentemente salientou este facto, que continua a ser ignorado pela nossa classe política.
A remuneração correcta do trabalho prestado associada ao respeito pela dignidade da pessoa que o presta gera a auto-estima do trabalhador, aumenta o seu brio e a prestação produtiva, com ganhos evidentes para o empregador.
Da festa ficaram as Rosas da Pedricosa... por aqui não vi cravos e nos campos as papoilas ( pobrezitas! ) são enfezadas.

1 comentário:

Rosa disse...

Amiga estou contigo, e mais estaria se o 1º de Maio não me trouxesse tanta amargura.
Meu querido pai era um entusiasta do 1º de Maio, este dia tinha para ele um significado dos maiores, era o dia do trabalhador, o seu dia feriado o unico feriado que ele cumpria, nesse dia vestia de grave como se dizia no nosso Alentejo, e lá ia ele a caminho da festa do 1º de Maio, todo perfumado de boné sempre a dizer com o traje, era na verdade um exemplo de homem em apuro.
Mas, a vida matreira num 1º de Maio decidiu vir arrebata-lo, e levá-lo consigo para outras paragens.
Ficou no meu coração a grande dor e por mais que os primeiros de Maio floresçam , de cravos, papoilas, ou até Rosas da Pedricosa, não consigo olha-las sem que uma lágrima de saudade aflore ao meu olhar.
Abraço da Rosa
Perdão amiga teu texto está lindo
como lindos estão todos que escreves.