Era Feira da Luz, uma das mais afamadas feiras anuais das redondezas e a maior do concelho.
Já foi chamada de Festa das Colheitas, durante o período da Reforma Agrária com mais produtos agrícolas, mais iniciativas infantis juvenis e culturais e menos touros.
Depois com a queda das Cooperativas, passou a Festa das Colheitas e Feira da Luz.
Agora é apenas Feira da Luz, sem produtos agrícolas e mais touros.
Mas tudo isso é apenas um reflexo da evolução social da região.
Os novos vão lá por uns concertos de música, para dar uma volta.
Os mais velhos vão para matar saudades e reencontrar conhecidos, faz parte das suas vidas como o meio-dia ou a Páscoa, mesmo que já não almocem por essa hora nem entrem na igreja por tal motivo.
Também tenho lembranças muito diferentes, desde a infância até agora, deste fechar de ciclo que é a Feira da Luz - tempo para festejar a abundância que o verão nos traz, com os dias quentes e as noites frescas.
12 de agosto de 2010
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3 comentários:
Simplesmente uma excelente analise duque se tem passado ao longo dos ultimos anos... Para os mais velhos é triste aceitar, mas, temos quir evoluindo com esta geração...
Francisco/Ciborrense
A Feira da Luz era o acontecimento que comemorava a terra lavrada e semeada, o nascimento das searas e a colheita do grão. Inverno, Primavera e Verão, esforço e esperança, tudo culminava no momento em que se vendia o fruto de um ciclo de trabalho, em que se aproveitava para abastecer a casa antes do regresso do Outono.Colhido o fruto, era a hora de festejar, antes de se iniciar um novo ciclo produtivo.
Confesso que, nos últimos anos, pouco entendo da lógica da realização da feira. Mostrar as actividades económicas da região? Pois... mas tão pouco! Convívio, partilha? Talvez...
Se os campos, ao menos, não ardessem no vazio do pasto seco...
Se sol ardente não ferisse sobre um deserto...
Se os naturais acolhessem quem vem de fora, felizes pela partilha da vontade e da fertilidade...
Eu acrescentaria:
E se não quisermos a evolução desta geração?
E se o convívio se fizesse amor?
E se a partilha criasse abraços e os abraços fossem pontes entre os naturais e os outros?
E se gostássemos de ouvir, criar e dar?
Que a Luz os ilumine e os faça cultivar a terra no próximo Outono, os faça fazer barcos para pescar, os faça ser 'gente'.
Boa Feira!
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