Despe-me a roupa que me deu forma, confere bem etiquetas
desce-me dos saltos que me alteiam
... arranca-me os brincos a que dão brilho meus olhos
tira-me a mesa, tolha subtileza da chávena vinho queijo pão
leva a cama, o brocado da colcha o cetim e a seda dos lençóis
todos os adobes e as tijoleiras do chão
(não, nem abóbadas nem arcos! meu pai os fez com a mão!
nem a cabana de jasmim que o amor me teceu)
o resto leva tudo! ficar-me-á sempre o infinito...
o Sol o céu azul a Lua-Cheia os pássaros meus irmãos
o meu sentir a minha paixão
poderás arrancar-me da terra, nunca a terra de mim
leva lápides de mármore e as ossadas de meus avós
sempre foram servos teus
esse é o poder do direito e a fraqueza do Império
… e nem há naus a lançar ao mar
nem filhos a dar à Índia ou ás granadas dos turras
e já nem há como partir, p’ra onde partir
nem jornaleiros para fabris, França ou Brasil
(que tão longe se fez Lisboa)
ficarei, despojada de tudo o que partir me deu
presa de novo ao horizonte
o pobre braço nem a colher da terra aprendeu!
- e é tanta a terra sem nada a fazer
como outros buscarei comida p´ra boca
na arte daqueles que fogem da morte
Lótus Cleópatra Madalena – um nome assim terei
hortelã da ribeira e orégãos do monte
tão saborosos mesmo em mesa de rei
nunca matam a fome à ganância das bestas….
desce-me dos saltos que me alteiam
... arranca-me os brincos a que dão brilho meus olhos
tira-me a mesa, tolha subtileza da chávena vinho queijo pão
leva a cama, o brocado da colcha o cetim e a seda dos lençóis
todos os adobes e as tijoleiras do chão
(não, nem abóbadas nem arcos! meu pai os fez com a mão!
nem a cabana de jasmim que o amor me teceu)
o resto leva tudo! ficar-me-á sempre o infinito...
o Sol o céu azul a Lua-Cheia os pássaros meus irmãos
o meu sentir a minha paixão
poderás arrancar-me da terra, nunca a terra de mim
leva lápides de mármore e as ossadas de meus avós
sempre foram servos teus
esse é o poder do direito e a fraqueza do Império
… e nem há naus a lançar ao mar
nem filhos a dar à Índia ou ás granadas dos turras
e já nem há como partir, p’ra onde partir
nem jornaleiros para fabris, França ou Brasil
(que tão longe se fez Lisboa)
ficarei, despojada de tudo o que partir me deu
presa de novo ao horizonte
o pobre braço nem a colher da terra aprendeu!
- e é tanta a terra sem nada a fazer
como outros buscarei comida p´ra boca
na arte daqueles que fogem da morte
Lótus Cleópatra Madalena – um nome assim terei
hortelã da ribeira e orégãos do monte
tão saborosos mesmo em mesa de rei
nunca matam a fome à ganância das bestas….
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