17 de novembro de 2008

Quando a morte não se faz anunciar



O Sol nasceu, a cidade já acordou, o cheiro a café, o fumo dos cigarros, as buzinas, a voz da rádio... Tudo parece estar no sítio certo, quando de repente te perguntam se também queres contribuir para a coroa de flores. A tua resposta não interessa, sabem que sim. Mas o dia todo ficas a pensar porque motivo não dará sempre a morte um sinal para que nos possamos preparar, dizer uma palavra de despedida.

Aceito a morte, cada vez mais aceito a morte como uma coisa natural, até necessária, sem prolongamentos no Além.

Mas sem o Adeus, até a morte daqueles que não nos são muito próximos dói mais...

6 comentários:

Henrique Samagaio disse...

Pouco comunicamos um com o outro, embora eu nutra por si e pelo transmontano marido uma enorme simpatia desde os anos em que os conheci na extinta Lucarsol.
Temos imensos gostos comuns, Sophia, Florbela, Porto - cidade e clube - poesia, a beleza da planície alentejana e os maravilhosos sulcalcos do Douro e montes transmontanos.
Temos as mesmas inquietudes, somos contra o absolutismo dos poderes, contra o desprezo das CP's, TAP´s e outros, contra os patrões que apenas pensam espremer até ao tutano os trabalhadores e contra os empregados que só pensam no fim do mês.
Minha mulher perguntou: tanta coisa em comum e, porque será que viajando no mesmo combóio desde o Porto até Aveiro apenas dizem, olá como está?
Sou tímido senhora, sou tímido.
Henrique Samagaio
hsamagaio@vagosonline.org
http://vagosonline.org

oasis dossonhos disse...

Quero anunciar que o seu blog foi distinguido com o prémio Dardos.

Trata-se de um prémio que está a correr mundo, reconhecendo aqueles blogues que consideramos transmissores dos grandes valores humanos, com a qualidade conferida por uma consequente militância em torno das grandes causas, como seja o património e a liberdade, as pessoas e a qualidade de vida, o ambiente e as tradições, a memória e a dignidade, a cultura e o lazer.

"Estes selos, foram criados com a intenção de promover o salutar convívio entre os bloggers e como forma de demonstrar carinho e, reconhecimento por um trabalho, que agregue valor à Web." (citando o Café Portugal)

Para explicar o critério utilizado, cito e subscrevo este texto do Rui Dias José: "Fica claro (expressamente afirmado e dito!) que as minhas escolhas para os "Premios Dardos" têm na base relações de amizade, proximidade ou identificação. Sou humano como os demais e, na teia de relações na net, gosto, quero, apaixono-me... Tudo é portanto subjectivo. E ainda bem!"

Cabe agora aos contemplados com o Prémio Dardos (se o aceitarem) procederem à seguinte actuação:

1. Exibir a respectiva marca /imagem;

2. Linkar o blog através do qual recebeu o prémio;

3. Escolher quinze (15) outros blogs aos quais atribuirá o "Prémio Dardos".

marialascas disse...

A sua esposa é uma pessoa sensata.Eu própria me questionei, mas também sou mais tímida do que pareço. Cheguei a pensar perguntar, no início, se era a sua esposa? Sei que estava bastante cansada e que vim sempre a dormir e isso também me levou a ser menos expansiva. De qualquer maneira, ainda bem que houve uma terceira pessoa que foi capaz de nos pôr a falar directamente um com o outro, ainda que pelo computador... Da minha parte sei que dado o primeiro passo, as palavras sairão de modo espontaneo da próxima vez que o encontre... Fico grata à sua esposa, bem haja!

Bichodeconta disse...

Quem sabe , aqui se começou uma boa e saudável amizade..O poder da palavras, a importância da comunicação..A incerteza de como será interpretada mais alguma palavra..Um abraço..

spring disse...

Cara Maria Lascas!
Ao nascermos ficamos com a certeza de que um dia iremos partir, mas infelizmente quando ela nos vem buscar nunca estamos preparados para partir com ela.
Bejinhos
Paula e Rui Lima

Ezul disse...

Pois eu já cheguei à conclusão que nunca aceitei, nem aceito, a morte dos outros. Acredito que seja esse o meu karma...É por isso que persigo, como escreveu Zimler, os "lugares mais óbvios".