12 de setembro de 2011

Esperaria

Esperaria por ti noite e dia, os anos todos se viesses...
de verdade és só coisa minha, inventada
meu desejo a minha fome
a pele da minha pele, da minha boca o beijo

não és quem à minha imagem se oferta
nem quem de mim se esconde ou persegue
nem quem virá... se alguém vier ainda
- outra procuram e batem à minha porta

eu que antes enganada me julgava
abria-me em feridas com quem purga
abro agora à noite no meu quarto a janela
e um anjo de luz pentei-me os cabelos

( os pássaros sabem se sonho ou dormo acordada )

mas entre o céu e o meu corpo não há mais nada
que esta mágoa de ser só, que sou eu também
e o infinito desejo por mim criado
minha pele corpo não quer que não seja eu

( rascunho, inédito, 2011)

1 comentário:

João LN disse...

"E assim, quero porque te quero muito, definição personificada da minha alma gêmea!"

Mais um rascunho, mais um inédito, mais um belo poema. Parabéns :-)