11 de novembro de 2011

Carta

                                                                                                           Meu amor



hoje só a chuva nos separa.
Não não é o tempo passado que entre nós dois inventamos; mera ilusão a fogueira longínqua apagada.
Arde em ti e em mim o fogo primitivo, elemento puro na essência da natureza.
Coberto ainda pelas cinzas poeirentas fumegam crenças códigos mitos lógicas falsas verdades que nos separavam, deixa meu amor que a chuva caia e leve de vez a cinza que nos amarra que em lama na terra se aquiete e um dia nova vida dela renasça.
Deixa meu amor que clareie em redor e em água limpa se espelhe a luz do fogo(do vulcão, dirias…). Se for vulcão que seja! ou fogueira acesa crepitando azinho, eu descalça em teu colo descobrindo-nos em cada beijo.
Não repetirás palavras dos poetas, as tuas dirás ao espaço aberto em mim desde sempre para as receber.

Nossa é a harmonia da música e do poema do cheiro da terra do marear das ondas da justiça e da coragem que nos irmana e todo o nosso ser arde em desejo.
Haverá rosas vinho pão romãs… e enquanto os dois corpos descansam levar-te-ei a tocar o céu azul da noite e tudo será único como eterno é o instante.
Já não chove meu amor… e por mais que adies o reencontro, acredita, em mim não corre o tempo.

Maria
11 de Novembro de 2011

1 comentário:

YellowMcGregor disse...

Afinal ainda se escrevem cartas de amor.

Mas basta vezes, a chuva não separa, antes, junta dois seres em harmonia.